terça-feira, 27 de setembro de 2016

Saiba como escolher um bom charuto

Mesmo com queda de 30,7% de fumantes no Brasil, o charuto esta presente no cotidiano de muitas pessoas




Reynaldo Rodrigues

O índice de fumantes no Brasil caiu 30,7% nos últimos nove anos, anunciou o Ministério da Saúde, mas há quem diga que não abandona a pratica de apreciação do bom e velho charuto, que tem o ritual de escolha semelhante aos apreciadores de vinho.
O charuto é talvez a forma mais antiga de utilização do tabaco e consiste de um rolo feito à mão ou à máquina, de folhas de tabaco fermentado. No Brasil muitos charutos produzidos hoje em dia são feitos à máquina, a qualidade dos charutos é verificada a cada passo do processo de fabricação. A perfeita condição das folhas de tabaco é muito importante, por isso são selecionadas e inspecionadas depois da secagem, da fermentação e antes de se tornarem efetivamente charutos. Após a finalização o produto é checado para confirmar o diâmetro, peso e tamanho, se há imperfeições na capa ou no formato e se produzirá boa puxada.

Diferenças entre o charuto e o cigarro:

O cigarro é um cilindro de papel, recheado de fumo picado, processado a seco, com aditivos, como conservantes, umectantes, e flavorizantes, geralmente com um filtro na extremidade que se leva à boca. O charuto de qualidade é feito à mão com folhas inteiras de fumo fermentado, sem nenhum aditivo. O cigarro dura alguns meses, no máximo, enquanto que um charuto bem conservado pode durar vários anos, e inclusive melhorar seu sabor.

Expressões long filler e short filler:

Long filler é o charuto feito à mão com folhas inteiras de tabaco, short filler é um charuto, feito à máquina, com pedaços de fumo ou fumo picado, geralmente sobras da fabricação do charuto long filler.

VARIAÇÕES DE CHARUTOS


A variação na cor da capa depende do quanto essa folha foi processada, dos diferentes tipos de fumo e de solo, e da quantidade de luz solar que a folha ficou exposta:
Double claro ou candela: Coloração entre o verde claro e o amarelo. Obtido graças ao processo térmico de secagem rápida que retém a clorofila das folhas de capa, gerando uma capa mais adocicada;
Claro: Castanho amarelado e claro. Obtido através do cultivo do fumo à sombra. Essas capas têm gosto neutro;
Colorado claro ou Natural: Marrom-claro. Na maioria das vezes é a cor de capas cultivadas ao sol;
Colorado: entre o marrom-médio e o vermelho-escuro. Trata-se de capas cultivadas à sombra, caracterizadas por aroma e sabor sutil;
Maduro: têm uma variação desde o marrom-avermelhado muito escuro ao quase preto. Resultado de um processo de fermentação mais longo e em condições mais quentes que as normais. Tem aroma suave, sabor encorpado e adocicado;
Oscuro: mais escuro que o maduro. É obtido deixando as folhas o maior tempo possível na planta. Utilizam as folhas de intensidade 1 que recebe maior quantidade de luz solar e as deixam fermentando pelo maior tempo possível. Geralmente, provenientes do Brasil e México.

Atualmente, encontrar charutos de boa procedência em Brasília não é uma tarefa fácil. Mas, em lojas especializadas, há vendedores bem treinados que podem orientar na escolha de charutos e acessórios. Caso seja iniciado, peça um charuto que agrade seu paladar, este cuidado vai evitar uma decepção prematura no prazer da degustação.
Segundo a representante do Empório Iguaçu Tabacaria localizada na Asa Norte, Denise Felip, é muito importante que as empresas que fornecem charutos estejam em constante aprendizado “abrimos nosso estabelecimento há um ano e fazemos questão de repassar aos nossos clientes experientes ou não as informações sobre armazenagem, manuseio, tipificação, marcas e identificação de falsificações”.
Em relação aos charutos falsificados, Denise revela que em sua maioria apresentam variações de cor e textura da capa em relação aos charutos originais, a anilha (rótulo que circunda cada charuto) também apresentam diferenças. Os charutos numa mesma caixa devem apresentar a mesma coloração entre si. O acabamento da ponta fechada do produto também dá indícios de falsificação. “Na verdade, a prática do dia a dia é o principal aliado na identificação. Mesmo assim existem falsificações tão boas que só mesmo na hora da degustação é que se percebe”.
A Orientação é que os apreciadores evitem lojas em que os atendentes não sabem a procedência do produto. E é sempre bom lembrar que os preços dos charutos funcionam como um bom indicativo da originalidade. O bom enófilo paga o preço que o produto vale.

Veiculado dia 23/9/2016 no jornal Alô Brasília, página 4


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